Avaliar <i>sim</i>, fechar <i>não</i>
Sem deixar de reiterar as suas preocupações e críticas ao Programa Novas Oportunidades, por considerar nomeadamente estar em causa um «processo de manipulação dos portugueses com base na desqualificação da Escola Pública» para satisfazer «preocupações e objectivos estatísticos de certificação», o PCP entende que a solução dos problemas existentes não passa pelo seu encerramento, «sem qualquer avaliação prévia, sem alternativa e sem fundamento».
Esta foi a posição defendida pela deputada comunista Rita Rato na passada semana no debate de quatro projectos de resolução dos partidos da oposição propondo a suspensão do processo de encerramento dos centros Novas Oportunidades, os quais viriam todos a ser chumbados pela maioria PSD/CDS-PP.
Mais à direita ouviu-se vozes a considerar que o programa distribuiu «diplomas a granel» (PSD), com a preocupação única de «embelezar estatísticas», «pouco ou nada» fazendo contudo para «qualificar» os alunos (CDS-PP).
Argumentos de uns e outros, incluindo do PS, que levaram a deputada do PCP a concluir que o objectivo que os anima não é «reconhecer os erros e as necessidade de aperfeiçoamento e valorização científica e pedagógica do programa Novas Oportunidades» mas, ao invés, «cortar e cortar, destruir a Escola Pública de qualidade e as estruturas de qualificação e formação».
«Se fica claro que havia um governo do PS que desqualificava e desvalorizava a Escola Pública agora há um governo PSD/CDS-PP que quer não a melhoria deste programa, não o cumprimento da lei de bases do sistema educativo, mas de uma vez por todas o encerramento das estruturas que garantem a qualificação dos portugueses», denunciou Rita Rato, deixando claro que o PCP «não acompanha» tal objectivo.